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BofA vê janela de R$ 70 bilhões para ofertas de ações em abril

Apesar da volatilidade no mercado brasileiro, executivo está otimista em relações a IPOs


Fonte: Valor Investe


Mesmo diante das incertezas do atual cenário político e da crise sanitária — que têm provocado maior volatilidade no mercado financeiro —, Hans Lin, corresponsável pela área de banco de investimentos do Bank of America (BofA), segue otimista em relação às operações de mercado de capitais este ano e vê a janela de ofertas de ações em abril com potencial de levantar até R$ 70 bilhões.

“Tivemos o melhor início de ano de ofertas da história”, disse Lin, referindo-se aos cerca de R$ 40 bilhões em ofertas iniciais de ações (IPOs) e subsequentes (“follow-ons”) registradas até o dia 10 de março. Para o executivo, uma parte das operações pode ficar no meio do caminho por conta da recente volatilidade no mercado, mas o grosso das transações deve seguir adiante, atraindo investidores estrangeiros. Com potencial de levantar cheques gordos para expandir seus negócios, empresas consolidadoras nas áreas de saúde, mercado financeiro e tecnologia apostam no mercado de capitais para levantarem recursos. Lin também vê empresas do agronegócio engrossando a lista de transações. As grandes expectativas do mercado, neste momento, estão voltadas para a rede de laboratórios Dasa, do empresário Pedro Bueno, BV (ex-Banco Votorantim), que adiou os planos de ir a mercado no ano passado, e da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell. Se confirmadas as expectativas de Lin até o momento, o ano de 2021 poderá movimentar até R$ 150 bilhões em operações, superando a cifra do ano passado — de R$ 130 bilhões em ofertas. No mês passado, o mercado foi surpreendido com o anúncio da troca de comando na Petrobras — o presidente Jair Bolsonaro demitiu o executivo Roberto Castello Branco. A mudança foi vista como uma clara interferência do governo na política de preços dos combustíveis no país e acendeu uma luz amarela na Faria Lima. Empresários ficaram mais ariscos e estão aguardando a posse do novo indicado, o general Joaquim Silva e Luna, para entender qual vai ser a estratégia dele à frente da petroleira, que está em meio a um processo de venda de ativos. “Nas últimas semanas, tivemos alta volatilidade do mercado, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, com o aumento das taxas dos Treasuries [títulos do governo americano] de dez anos”, afirmou o executivo. Mas, mesmo assim, Lin vê as empresas seguindo seus planos rumo à bolsa. Com a oscilação do câmbio, o mercado também ficou mais atento e colocou em stand-by fusões e aquisições. Lin vê um cenário mais positivo para transações de M&As, mas reconhece que a volatilidade da moeda americana frente ao real “traz uma instabilidade maior”.

“Vimos grandes operações acontecendo, como Hapvida e Intermédica, mais recente, e a venda dos ativos móveis da Oi. O mercado está pronto para apoiar consolidações e esse movimento vai ocorrer daqui para frente”, disse.

Ele observa, contudo, que, com o real desvalorizado, o movimento de vendas de ativos neste momento é ruim, sobretudo para os fundos de private equity, que compram participações em empresas.

Apesar das incertezas em Brasília, Lin vê o mercado de capitais brasileiro mais amadurecido. “Sem dúvida, é um cenário muito diferente de 10 a 15 anos atrás. Vamos continuar vendo empresas mais estruturadas acessando o mercado de capitais.”


Fonte: Valor Investe

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