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Multilaser planeja levantar R$ 2 bilhões com IPO. Vale a pena entrar?

A companhia pretende levantar R$ 1,96 bilhão com a oferta pública primária de ações

Considerando o montante original de 172.313.238 novas ações a serem emitidas, e a média de preço de R$ 11,90, a Multilaser espera ser avaliada em R$ 9,76 bilhões


Fonte: Estadão


Fundada em 1987, a Multilaser é uma empresa brasileira que atua na fabricação e comercialização de bens de consumo do segmento de eletrônicos e de suprimentos de informática nacional


Na esteira dos IPOs marcados para a semana que vem, com quatro empresas para abrir capital, a Multilaser deve fazer a sua estreia na B3 no dia 22 de julho com o ticker MLAS3.


O período de reserva para IPO encerra na próxima segunda-feira (19) e a companhia pretende levantar R$ 1,96 bilhão com a oferta pública primária de ações. Segundo o prospecto preliminar divulgado pela Multilaser, a faixa indicativa de preço para os papéis é entre R$ 10,80 e R$ 13,00.


Considerando o montante original de 172.313.238 novas ações a serem emitidas, e a média de preço de R$ 11,90, a Multilaser espera ser avaliada em R$ 9,76 bilhões. Além disso, a oferta ainda poderá ser acrescida de 34.462.647 ações adicionais e 25.846.985 papéis suplementares.


Hoje, o maior acionista é o CEO, Alexandre Ostrowiecki, que detém uma participação de 50,05% da empresa. Com o IPO, sua parcela cairá para 39,54%, sem considerar as ações suplementares.


De acordo com o prospecto, a companhia pretende destinar os recursos provenientes do IPO para a liquidação ou amortização de dívidas em aberto, reforço de caixa para crescimento e outros propósitos corporativos e potenciais aquisições (M&As).


Cerca de 44,4% dos recursos serão destinados para liquidar ou amortizar as dívidas vigentes, avaliadas no valor total de R$ 871,5 milhões, com vencimentos entre abril de 2022 e março de 2024. Os 40,4% e 15,2% restantes serão destinados para o reforço de caixa e potenciais M&As, respectivamente.


Vale a pena investir?


No primeiro trimestre de 2021, a receita líquida foi de R$ 1,43 bilhão, o que representa um aumento de 192,96% em comparação com o mesmo período de 2020, de R$ 478,74 milhões. Com o resultado, a Multilaser conseguiu reverter o prejuízo de R$ 7,6 milhões obtido no 1T20, para um lucro líquido de R$ 194,76 milhões no 1T21.


Em relatório, a Suno Research alerta que um dos principais riscos são os incentivos fiscais que impactam nos resultados da empresa. “Nos últimos três exercícios sociais – 2018, 2019 e 2020 –, esses incentivos foram responsáveis por 56% (R$ 253.372 mil), 74% (R$ 170.449 mil) e 75% (R$ 175.611 mil) de seu lucro líquido, respectivamente”, diz.


Outra preocupação dos investidores é com o câmbio, já que os produtos e componentes são todos importados. Historicamente, porém, a crescente alta na cotação do dólar nos últimos três anos não afetou as margens da companhia, segundo Henrique Florentino, analista da Empiricus.


Para a casa de análises, entrar no IPO pode valer a pena até o preço teto da faixa indicativa de R$ 13. “O que mais nos atrai na empresa, além da história e crescimento, é o valuation. Estimamos que a Multilaser, no meio da faixa indicativa de preço, será negociada a 9,2 vezes seu Ebitda e 13,6 vezes seus lucros, o que a coloca abaixo da média do setor, de 13,9 e 17,8, respectivamente. Acreditamos que nesse nível de preço a companhia é muito atrativa”, diz Florentino.


Na visão da Suno, apesar da Multilaser ser uma das companhias mais diversificadas de bens de consumo no Brasil, com receitas crescentes, margens elevadas e uma boa rentabilidade, a casa não recomenda investir no IPO, pois não enxergam margem de segurança suficiente no preço.


Mario Goulart, analista CNPI da O2 Research, reforça que apesar de boa parte dos recursos serem destinados para amortização de dívidas, participar do IPO pode ser uma estratégia interessante, já que a diluição dos majoritários será relativamente pequena, o que mostra confiança no crescimento do negócio.

Sobre a Multilaser


Fundada em 1987, a Multilaser é uma empresa brasileira que atua na fabricação e comercialização de bens de consumo do segmento de eletrônicos e de suprimentos de informática nacional. Há 44 mil pontos de venda no Brasil, com um portfólio de 15 departamentos que engloba smartphones, celulares, gamer, drones, automotivo, entre outros.


Segundo Florentino, a Multilaser tem transformação em seu DNA. Depois de começar importando copiadoras da Xerox, passou a atuar no segmento de recarga de cartuchos de impressoras. Mas foi só em 2007 que eles começaram a investir em equipamentos de informática e eletrônicos. “Em 2013, a companhia faturava cerca de R$ 30 milhões. Em 2020, esse número saltou para R$ 3 bilhões”, diz o analista.


Na prática, a operação funciona como uma montadora de produtos que possui parceria com diversas multinacionais, como Sony, Nokia e, mais recentemente, a Toshiba, para trazer os produtos que essas companhias comercializam no exterior para o mercado doméstico.


Fonte: Estadão

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