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Venture capital quase dobra no terceiro trimestre e já supera patamar pré-pandemia

Levantamento da KPMG mostra que aplicações subiram de US$ 400 milhões para US$ 700 milhões no país, embora número de operações tenha caído de 55 para 40. No mundo, volume chegou a US$ 73,2 bilhões



O valor dos investimentos de capital de risco, o venture capital, subiu de US$ 400 milhões para US$ 700 milhões no Brasil do segundo para o terceiro trimestre, embora o número de operações tenha caído de 55 para 40, segundo o relatório trimestral “Pulso de risco”, da consultoria KPMG.


Com isso, o volume de recursos aplicados cresceu pelo terceiro trimestre consecutivo, aponta o levantamento. Essa recuperação é suficiente para trazer o segmento de investimentos de volta ao patamar pré-pandemia; em dezembro de 2019, antes da propagação do novo coronavírus, o total aplicado em venture capital foi de US$ 526,2 milhões.


Segundo o sócio da KPMG Jubran Coelho, o volume de captação caiu no primeiro semestre ao encontro de um aumento da cautela dos investidores, mas esse baque, diz, foi mais brando do que o observado em outros países.


“Os pontos fortes do ecossistema de negócios brasileiro, como o financiamento ao cliente e o uso de ferramentas digitais pelas pequenas e médias empresas, fizeram com que estas se beneficiassem com o isolamento social e com a mudança de comportamento do consumidor”, comentou.


Segundo Coelho, a perspectiva é de que o investimento em venture capital permaneça estável no quarto trimestre na comparação com o terceiro.

Uma tendência que pode ganhar corpo nos próximos meses é a de fusões e aquisições entre startups de finanças, as fintechs, em busca de expansão no país, comenta Robson Del Fiol, sócio-diretor da consultoria. Exemplo desse tipo de movimento, ele aponta, é o das empresas de pagamentos que podem buscar consolidação em busca de ampliar a cobertura de pontos de venda.


“Esse tipo de atividade criará negócios consolidados no Brasil, o que significa que a competição pela aquisição de alvos também irá aumentar. A expectativa é que os negócios em estágio inicial continuem sendo uma prioridade para os investidores de capital de risco e que as startups de finanças (fintechs), educação (edtech) e saúde (healthtech) permaneçam atraentes”, afirma.


No mundo, o venture capital também cresceu no terceiro trimestre em comparação com o segundo, de US$ 62,9 bilhões para US$ 73,2 bilhões, a despeito de obstáculos no período, como a covid-19, tensões geopolíticas, as eleições nos Estados Unidos e o temor por complicações adicionais no Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.


O resultado mundial recente superou o saldo do terceiro trimestre de 2019, quando haviam sido movimentados U$ 55,7 bilhões, e também ficou acima do patamar pré-pandemia, de US$ 63,1 bilhões, registrado no quarto trimestre do ano passado.

Segundo o estudo da KPMG, as Américas atraíram a maior fatia desses investimentos, US$ 40 bilhões, com os EUA respondendo pela grande maioria desse número (US$ 37,8 bilhões).


Na região da Ásia-Pacífico, “o investimento em capital de risco continuou se recuperando”, diz o relatório, subindo de US$ 17,2 bilhões no segundo trimestre para US$ 21,1 bilhões no terceiro trimestre de 2020, e, na Europa, o venture capital atingiu novo recorde de US$ 12,1 bilhões.


Fonte: Valor Investe

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